Desprendimento (Gilberto)

[Gilberto SMelo]

Observe como uma planta agradece quando a poda ou quando corta um galho muito fraco ou já seco que continua aspirando seiva. Observe que ela doa pedaços de si mesma, quando não suas flores, seus frutos ou sua própria essência representada em suas partes. A cada doação ela cresce com força nova, tornando-se ainda mais viva. Ela é quem dá, ela é quem agradece. Considerando que somos parte da natureza e que mesmo sem a interpretação humana ela exala as mais simples leis do universo; a caridade, a doação, a entrega não são preceitos religiosos, mas leis naturais que levam ao crescimento de quem se permite doar. Se quando damos estamos aplicando energia em nosso crescimento, devemos agradecer, e não ser agradecidos. Acontece o contrário porque somos muito apegados às coisas e a nós mesmos. Trocamos coisas perenes por temporárias posses materiais, boicotando até o amor que temos para dar. As posses materiais e o boicote do amor nos impedem de crescer, pois perdemos muito tempo e energia controlando-os, atentos para que não nos escapem das mãos. O desprendimento é pois uma característica chave para a evolução pessoal, porque permite que usufruamos de tudo sem nos apegarmos a nada.
Para receber não é suficiente estender as mãos, é preciso que elas estejam vazias.