Hoje Deus me concedeu, generosamente, a oportunidade de me reencontrar com meu pai. Tive um daqueles sonhos malucos que costumo ter, com muita gente e muita ação e entre os personagens estavam alguns dos meus irmãos, como o Giovani, a Lili, o Gilmar e o Gilberto. Eu e o resto do grupo estávamos em viagem no norte do Brasil.
De repente, me vi em uma sala que parecia um vestiário e um homem moreno, de altura mediana, aparentando uns 55 anos, ainda com um tanto de cabelo meio esbranquiçado na cabeça e uma barba rala entrou pela porta.
Ao reparar suas feições, percebi que estava diante de meu pai pela primeira vez, desde que ele passou para o outro plano. Apesar de aparentar estar bem mais novo do que estava quando partiu, não tenho dúvidas de que se tratava de meu pai. Olhei para ele e disse:
--Papai?
Ele olhou para mim meio surpreso e disse com aquela voz calma e pausada que lhe é peculiar:
--Uai meu filho, o que está fazendo aqui?
Eu também estava surpreso com a presença dele, mas também feliz e sereno. Talvez numa mistura de sonho e realidade, me preocupei em conseguir caneta e papel para “não esquecer” o que ele iria me dizer. Então, me virei para ele e perguntei:
--Como é aqui, papai?
Ele respondeu com uma voz transparecendo um pouco de cansaço:
--Trabalho umas onze horas por dia em um lugar muito longe, perto da fronteira com a Bolívia. Nós pintamos paredes e tem muito muro e construção por lá, pintamos tudo de branco.
Ele tentou falar o nome da cidade onde trabalhava e quando percebeu que tinha pronunciado o nome errado, ele deu um leve sorriso e continuou:
--No meu grupo, eu e mais um somos líderes, você deve imaginar que não é fácil ter dois líderes em um mesmo grupo.
A partir deste momento, só consigo me lembrar de quando já estava novamente com a turma de quando comecei o sonho.
Estou feliz porque tive a oportunidade de revê-lo e o sentimento que tenho quando me lembro dele é de paz, ternura e felicidade. Sinto que ele trilhou um árduo caminho para criar a nós, filhos, mas ainda teve tempo para também nos ensinar a amar.
Não entendi muito bem o porquê das coisas que ele me falou no sonho, mas isto não importa, o importante é que ele me pareceu bem.
Meu sonho com o meu pai (Gaspar)
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