Ainda menino miúdo, de calças curtas
O menino subia a rua rumo à escola
Embalando sua pastinha preta e chutando latas
Sonhando um dia pegar a traseira de um ônibus,
Pra terminar de subir o morro
Subia a rua lentamente
E, num gesto um tanto frequente
Levava a mão dentro da pastinha
Pra fisgar um pedacinho da merenda ainda quente
Mesmo tendo acabado de almoçar
Prazer maior ele não tinha,
Do que mordiscar, pelo caminho,
O pudim guardado em sua pastinha
Quando chegava à escola
Do pudim mais nada restava
Jogava no lixo o papel de pão que o embrulhava
E entrava pra sala de aula com a boca ainda adocicada
Na hora do recreio
Seus colegas levavam pro pátio o seu lanche
Ele então enfiava a cabeça dentro da pastinha
Na esperança de ainda achar uma migalha
Como nada encontrava
Aspirava forte pra sentir o cheiro de pudim
Que a pastinha preta ainda guardava
Cheirar a pastinha foi sempre a solução
Pra despistar o estômago faminto
Sagaz por mais um pedacinho de pudim de pão
O Pudim (Giovani)
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