Familia Basilio e Melo

Não sei se falo ou não, não sei expressar nada, só sei ser. Muita coisa acontece e já aconteceu. Aconteceu numa velocidade incrível, que não dá para medir nem avaliar, só sentir. É um estado de fluir, de deixar acontecer, não há nada a falar nem a fazer.
Me ocorre que interrompemos muito o fluxo natural das coisas através de interesses que nada tem a ver conosco mesmos. E a vida nada mais é do que deixar acontecer, participando. Não estamos fazendo nada e as coisas se desenrolam naturalmente com a vantagem de termos uma cadeira especial de espectador. É o espectador que sente, pois ele é o próprio ato.
E de escrever isto me sinto mais livre, pois está presente toda minha emoção, toda a minha presença. E posso ver as pessoas, não simplesmente olhá-las. Posso transmitir o que sou, sem nada pré-fabricado, intelectualizado. Cumpro o objetivo da minha existência que é ser fluido, viver cada momento como se ele fosse toda a vida. Ver os detalhes, engrandecê-los e valorizá-los como os minúsculos brilhantes dificilmente visíveis a olho nu. Sinto a vida aqui e agora.