A vida após a morte é um enigma, pois não temos a referência consciente de tal experiência. Se consideramos a reencarnação, ela se justifica, pois já que somos energia, não faria sentido que esta energia se perdesse com a morte. As energias mais sutis, tendendo sempre a vibrações mais elevadas, usam do processo da reencarnação para que nas sucessivas vidas os espíritos se aperfeiçoem, buscando o crescimento. A cada nova vida se tem a oportunidade de reparar erros passados e de se acordar para a realidade de que nossa essência é espiritual.
Mas talvez a reencarnação não exista. Sua teoria considera, a priori, que somos de certa forma esquizofrênicos. Em um período somos matéria, em outro somos espírito, não existindo uma ligação consciente entre estas duas “personalidades”. A teoria da reencarnação é personalista, pois considera que após a morte mantemos a nossa personalidade em forma de espírito. Sua interpretação é egoísta, colocando a individualidade acima de tudo.
O ser humano tem identificação, não individualidade. O espírito não tem individualidade, não tem forma, não pode ser identificado. Por outro lado, a dualidade matéria-espírito só faz sentido no nosso estágio de evolução, porque na verdade tudo isto é de Deus, tudo é natural aos olhos D’Ele.
A reencarnação não é necessária para a aplicação da Lei do Carma, pois esta lei funciona a cada instante, como a Lei da Ação e Reação. A cada ação corresponde uma reação contrária cujos efeitos de alguma forma são incorporados ao sujeito da ação. A existência de outras vidas para pagarmos dívidas desta soa como uma permissividade para que tenhamos sempre a possibilidade de deixar para depois o que podemos fazer agora, ou fazer agora para pagarmos depois.
Na criação do mundo não se pensou em criar individualidades, pensou-se em criar um todo harmônico. Portanto, aos olhos da criação, só se sente o todo, as individualidades são ficção, são insignificantes como tal.
Existe uma identificação material dos homens, todos portando seu Deus Interior. Entretanto, sobrevindo a morte, a identificação não tem mais sentido, a individualidade se dissolve na energia divina, na sua origem.
Se outras vidas nascem, a elas são dirigidas partículas divinas impessoais, pois ao todo só interessa suas partículas como um todo e não o controle individualizado delas.
Fica a nosso critério, portanto, a escolha de nossos caminhos, pois não há ninguém a vigiá-los, a não ser a nossa própria consciência. A opção de ser bom e correto é melhor pelo que colhemos nesta vida e não porque agindo assim ganhamos pontos para o futuro longínquo e incerto.
Vida Após a Morte (Gilberto)
Moderador: Gilberto Melo
-
- Site Admin
- Mensagens: 299
- Registrado em: Qui 26 Mai 2005 2:23 pm
- Localização: BH-MG